17 de março de 2011

Lembraças 3 - Campo Alto/Tunas/Rio Verde





Polêmica sobre A Paixão de Cristo, de Mel Gibson

Na polêmica sobre A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, o que a História e a Bíblia dizem sobre o episódio

COM EDIÇÃO DE ERNESTO BERNARDES


Durante dois milênios, filósofos e teólogos, pintores e escultores, escritores e cineastas fizeram do relato da vida de Jesus uma espécie de espelho, cada qual colocando nele um pouco da própria imagem. O filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo, não foge à regra. Focalizando a tortura física de Jesus homem, o diretor atinge os espectadores na boca do estômago, fazendo-os sair trêmulos da sala de projeção. Gibson diz que simplesmente mostra ''o que aconteceu'', usando apenas ''o que está na Bíblia''. Em termos. A fita, de estréia marcada para o fim da semana, toma liberdades e faz simplificações forçadas tanto com a narrativa dos Evangelhos quanto com as pesquisas históricas. Se o retrato do filme, porém, é tosco, o que se sabe, com algum nível de certeza, sobre os tempos e a condenação de Cristo?

Jesus nasceu, viveu e morreu num ambiente de extraordinária complexidade. Seus seguidores constituíam uma das muitas facções em que se dividira o judaísmo, submetido à enorme pressão do domínio estrangeiro. Desde o século VI a. C., babilônios, persas, gregos e romanos ocuparam sucessivamente a Palestina. Sob o jugo de Roma, no ano 37 a. C., Herodes, um aventureiro sem escrúpulos, foi proclamado rei da Judéia. Astucioso e sem freio moral, impôs sua realeza sobre um território que ia da Síria ao Egito. Entre suas grandes obras, destacou-se a reconstrução do Templo de Jerusalém, com a qual esperava conquistar a simpatia dos judeus, que o odiavam. Mas o preço desses empreendimentos foram uma opressão ilimitada e impostos astronômicos. Quando o rei morreu, no ano 4 a. C., seu território foi dividido entre três filhos igualmente despóticos. Foi nesse período conturbado que Jesus viveu. A aguda insatisfação popular gerava um clima de revolução iminente, que, na década de 60 d. C., explodiria em levantes generalizados contra a presença romana. A repressão a esse movimento culminou, em 70 d. C., com a destruição de Jerusalém pelas legiões comandadas por Tito, futuro imperador de Roma.

Séculos de domínio estrangeiro haviam produzido no judaísmo uma profunda crise de identidade. Não havia pensamento único, como o filme de Mel Gibson sugere, e numerosas facções disputavam a cena pública. No topo da pirâmide, havia os saduceus, grandes proprietários de terras e membros da elite sacerdotal. Esse grupo seguia uma política de conciliação com os dominadores romanos. O centro de sua atividade era o Templo de Jerusalém e, em matéria religiosa, aceitava apenas o que estava escrito na Torá, constituída pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Foram eles os principais acusadores de Jesus.

Fotos: Divulgação

CALVÁRIO
Jesus permaneceu durante seis horas pregado em sua cruz
Um degrau abaixo ficava o importante grupo dos fariseus, cujo nome vem do hebraico perishut (''separação''). Eles se isolavam do resto da comunidade pelo cumprimento minucioso das regras de pureza prescritas na Torá. Vinham principalmente da classe dos artesãos e pequenos comerciantes. Nacionalistas, esperavam um Messias guerreiro que libertasse Israel da dominação romana. Participavam do Sinédrio, mas atuavam preferencialmente nas sinagogas espalhadas pelo país. Sua doutrina sobre a imortalidade da alma e a ressurreição do corpo influenciou o pensamento cristão. Outro grupo eram os Doutores da Lei (escribas). Não formavam um partido, mas gozavam de enorme autoridade por ter entre seus membros os intérpretes abalizados das Escrituras. Diferentes dos saduceus, que se prendiam à leitura literal da Torá, eles reconheciam no texto bíblico toda uma dimensão esotérica. Havia também a seita dos essênios, constituída por sacerdotes dissidentes e adversários da ordem estabelecida. Moralistas, viviam em comunidades fechadas e consideravam-se os únicos remanescentes ''puros'' de Israel. Opunham-se à propriedade privada e ao comércio. Aspirantes ao grupo deveriam passar por um período de iniciação que durava três anos e culminava no ritual do batismo. Combatiam os romanos e a elite sacerdotal, abominavam os sacrifícios praticados no Templo e esperavam o Messias para deflagrar a guerra santa que instauraria o reino dos justos. Finalmente, também na ''extrema esquerda'' daquele tempo, havia os zelotes, dissidentes radicais dos fariseus. Na maioria pequenos camponeses, eram ultranacionalistas e pretendiam expulsar pelas armas os dominadores pagãos. Eram ferozmente perseguidos pelos romanos. Entre os discípulos de Jesus, havia pelo menos dois zelotes - Simão e Judas Iscariotes. Eles e seus partidários parecem ter depositado grandes esperanças na liderança do mestre. Mas a mensagem atemporal de Jesus não coincidia com o projeto militar do grupo.
Os ''ladrões'' provavelmente também foram crucificados por subversão
Sob aguda opressão e crise de valores, as camadas mais pobres aguardavam a vinda do Messias. O termo em hebraico significa ungido e, no Antigo Testamento, designava os sumos sacerdotes e os reis, sobre cuja cabeça se derramava o óleo santo, como sinal de que haviam sido escolhidos por Deus para uma missão. Como Davi, mil anos antes, o Messias aguardado deveria libertar o país do domínio estrangeiro e restaurar uma realeza legítima em Israel. Ao iniciar sua atividade pública, Jesus foi identificado com esse personagem. Mas os desdobramentos de sua prática frustraram essa expectativa guerreira, nacionalista e monárquica. Para alguns estudiosos, essa frustração pode explicar a traição de Judas, cujo drama de consciência é retratado com propriedade em A Paixão de Cristo. Mas o filme não deixa claro que essa mesma frustração tomou conta da multidão que, dias antes, acolhera Jesus em triunfo. Seus inimigos - saduceus à frente - souberam explorá-la, para levar o homem à morte. Poucos contemporâneos de Jesus compreenderam que a revolução que ele de fato propunha era nas consciências - não uma simples mudança de governo.

Divulgação

SATÃ
No filme, uma figura andrógina
Apesar das idéias revolucionárias, Jesus jamais quis romper com a tradição judaica. Passagens dos Evangelhos o descrevem ensinando nas sinagogas e atestam que conhecia profundamente as Escrituras. Seus interlocutores o chamam de rabi, que significa mestre. Estudiosos contemporâneos sublinham que os ensinamentos de Jesus apresentam notáveis paralelos com o pensamento rabínico da época. O que motivou sua condenação foi um confronto radical com a estrutura de poder constituída em torno do Templo. Essa instituição era, então, o centro da vida econômica, política e religiosa do país. Controlava os sacrifícios diários de animais e a cobrança de impostos. Naquele tempo, numa única Páscoa judaica, foram imolados 250 mil cordeiros. Os animais sacrificados passavam por um controle de qualidade, baseado nas regras bíblicas de pureza. Isso fazia com que a maior parte daqueles trazidos pelos pequenos produtores fosse recusada. Em seu lugar, fiéis eram obrigados a comprar animais criados por grandes proprietários de terra ligados às famílias sacerdotais e oferecidos a preços exorbitantes. Durante as festas religiosas, um pombo (o animal mais barato) alcançava cem vezes o preço normal, custando o equivalente ao salário de um dia de trabalho.REPORTAGEM DE CAPA

O julgamento de Jesus

COM EDIÇÃO DE ERNESTO BERNARDES



Divulgação

MARIAS
A virgem e Madalena, no filme
Além dos sacrifícios, o Templo lucrava com os impostos - havia um cadastro de 1 milhão de contribuintes, em toda a Palestina. Os pagamentos não deveriam ser feitos na moeda local, inflacionada, mas trocados pela tetradracma tíria, moeda tão forte que não sofreu nenhuma desvalorização em 300 anos. Cunhada na cidade fenícia de Tiro, ela tinha em uma face a imagem de Melkart, deus protetor dos tirenses, e na outra a águia de Júpiter, divindade romana. Para os judeus piedosos, era um escândalo que os sacerdotes adotassem uma moeda decorada com figuras pagãs. Escandalosa também era a comissão de 8% cobrada na conversão. Por isso, ao expulsar cambistas e vendedores de animais, Jesus não afrontou um bando de camelôs - bateu de frente com a elite dominante. Aproveitando o momento em que o volúvel ânimo da multidão migrou do entusiasmo para a decepção, os principais chefes saduceus, Anás e Caifás, incitaram as massas a exigir a morte do homem que, dias antes, haviam exaltado. Para emprestar legitimidade ao processo, convocaram o Sinédrio.

Essa assembléia, além das questões legais, cuidava dos assuntos de caráter ritual. Presidida pelo sumo sacerdote, era composta de 70 membros proeminentes da sociedade. No tempo de Jesus, os saduceus tinham a maioria. O filme de Mel Gibson mostra, de forma apressada, que nem todos os membros do conselho estavam presentes à reunião que acusou Jesus e que alguns se opuseram às manipulações de Anás e Caifás. De fato, havia no Sinédrio até discípulos secretos de Jesus. Mas a própria atuação de Anás e Caifás precisa ser posta em perspectiva. Se é verdade que esses sacerdotes riquíssimos agiram em defesa de seus privilégios, é certo também que buscavam preservar as instituições nacionais em um contexto extremamente adverso. O clero conservador temia que a mobilização popular suscitada pelo Nazareno evoluísse de forma imprevisível.
Naquele período, os romanos crucificaram 10 mil pessoas
Segundo o padre Raymond Brown, autor de The Death of the Messiah (A Morte do Messias), a obra de referência sobre o assunto, não havia como condenar Jesus pelos crimes religiosos sobre os quais o conselho ainda tinha poder de execução mesmo durante o jugo romano. Jesus foi repudiado pelos sacerdotes que o acusavam de se proclamar Messias, mas isso não era crime na lei judaica. Muitos outros o fizeram naquela época (alguns até no século XX), sem sofrer represálias por isso. Ele também não foi acusado de blasfêmia (se fosse, poderia ter sido apedrejado). Os sacerdotes o acusaram perante a autoridade imperial - Pôncio Pilatos, o procurador romano. A descrição dos Evangelhos sobre o julgamento de Jesus é um dos pontos em que eles mais divergem da pesquisa histórica. Basicamente porque os textos, escritos no tempo da tensão máxima entre as correntes judaicas, alguns após a destruição de Jerusalém, procuravam ao mesmo tempo converter romanos e apresentar os dirigentes do templo da pior maneira possível. Segundo John Dominic Crossan, um dos mais importantes historiadores da religião, eles sublinham a responsabilidade de Caifás e atenuam a de Pilatos. O fato é que Jesus foi acusado de ameaçar a destruição do templo e proclamar-se ''rei dos Judeus'', o que caracterizaria subversão. Esse era um dos principais motivos para a crucificação, naquele tempo. Tanto Barrabás quanto os dois ladrões, pendurados ao lado de Cristo no Gólgota, eram provavelmente revoltosos políticos, já que o termo usado para designá-los no Evangelho significava também ''insurgente''. Historiadores calculam que, nas três décadas da vida de Jesus, os romanos crucificaram 10 mil condenados. No alto das cruzes, colocava-se o titulus, uma placa para anunciar ao povo o porquê da execução. O titulus ''Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus'' aponta para o mesmo crime, subversão.


AGONIA
No filme, Jesus carrega a cruz inteira, e não apenas o travessão, como era o costume
Os Evangelhos contam que, antes de ser crucificado, Jesus foi torturado pelos lacaios do sumo sacerdote e pelos soldados romanos. A pesquisa arqueológica trouxe importante prova a favor da idéia de que Jesus foi torturado também pelos sacerdotes, quando descobriu que a casa de Caifás em Jerusalém possuía uma masmorra particular. A flagelação, de uma brutalidade aterradora, é o centro da narrativa em A Paixão de Cristo. Pode-se questionar por que o cineasta mostra o episódio, que ocupa poucas linhas em cada Evangelho, numa seqüência horripilante de nove minutos. Mas ele basicamente bate com a História. Já a cena da crucificação se apóia em tradições do cristianismo popular sem respaldo nos Evangelhos ou na pesquisa histórica. As cruzes, sabemos hoje, não eram altas como imaginaram os pintores renascentistas. Seu poste, esculpido no tronco de uma árvore de pequeno porte, a oliveira palestinense, ficava fixo no local da execução. Cabia ao condenado transportar a barra horizontal, pesada o suficiente para produzir hematomas em suas costas. Alcançado o destino, o homem era deitado no chão e pregado à barra, que os soldados içavam. Três pregos de ferro, de 18 centímetros cada um, prendiam o condenado à cruz. Os membros superiores não eram fixados pelas mãos (se fosse assim, o peso do corpo as rasgaria) como no filme, mas pelos pulsos, entre os ossos rádio e cúbito. O terceiro prego atravessava os pés, colocados um sobre o outro, e os comprimia contra um pequeno toco preso ao poste. Os braços erguidos dificultavam a respiração; os líquidos acumulavam-se nos pulmões; a morte vinha por asfixia. Apoiado sobre o toco, o condenado podia erguer o corpo de tempos em tempos, para respirar melhor - o que prolongava sua agonia. Era comum os crucificados sobreviverem por até três dias. Jesus, debilitado pelas torturas, morreu, segundo os Evangelhos, em seis horas. Por mais que a ciência esmiuce todos os detalhes do sacrifício de Jesus, porém, há nele uma dimensão mais importante, a idéia que revolucionou a história do espírito humano. A noção de que Deus pôde sacrificar o próprio filho para redimir os homens - e que, finalmente, o amor triunfa sobre toda a violência e adversidade - é o eco da Paixão que transcende o tempo e leva cada ser humano, independentemente de religião, a admirar essa história mesmo depois de 2 mil anos.

Lembranças 2





13 de março de 2011

CONHEÇA O CAMELO

CONHEÇA O CAMELO
Se alguma vez você duvidou da existência de Deus, conheça um projeto extremamente técnico e de construção complexa: o camelo dromedário.
Quando estou com fome, como qualquer coisa que encontro — uma correia de couro, um pedaço de corda, o tenda do meu dono, ou até um par de sapatos.
Minha boca é extremamente grossa por dentro e nem mesmo um pedaço de cacto chega a incomodar. Mas o que eu gosto mesmo é de comer grama e outras plantas que crescem no deserto na Arábia.
Sou um camelo, um dromedário, mais exatamente. Vivo nos desertos do Oriente Médio. Meu nome científico é Camelus dromedarius, de modo que você pode me chamar de uma forma ou de outra, que não me incomodo. Tenho um primo chamado Camelus bactrianus e muitas pessoas nos confundem. Eu só tenho uma corcova. Meu primo é que tem duas.
Minha corcova, que chega a pesar 36 kg, contém gordura, o combustível para meu organismo, e não água, como algumas pessoas imaginam. Meu Poderoso Criador mê deu essa corcova, pois sabia que nem sempre eu conseguiria encontrar vegetação para comer ao atravessar os desertos. Quando não encontro nada para comer, meu organismo automaticamente consome a gordura que está armazenada na corcova, alimenta meu corpo e eu continuo forte e posso caminhar. A corcova é meu suprimento de energia de emergência.
Se eu não conseguir encontrar nada para comer, meu corpo vai consumindo a gordura que está na corcova, até que ela fica murcha e começa a cair para um dos lados do meu corpo. No entanto, assim que chego a um oásis e começo a comer novamente, rapidamente a corcova volta à forma normal.
Sou famoso porque consigo beber quase cem litros de água em apenas dez minutos. Meu Projetista me criou de uma forma tão fantástica que em questão de minutos toda a água que bebo chega aos bilhões de células microscópicas que formam meu corpo.
Logicamente, a água que bebo vai primeiro para meu estômago. Ali, os vasos sanguíneos sedentos absorvem e transportam rapidamente essa água para todo meu corpo. Alguns cientistas fizeram uma verificação no meu estômago dez minutos após eu beber setenta litros de água e constataram que estava totalmente vazio.
Em um dia inteiro de caminhada, consigo carregar uma carga de 180 kg por quase 150 km, atravessando um deserto seco, sem parar um minuto para beber ou comer coisa alguma. Na verdade, consigo ficar até oito dias inteiros sem beber água, mas então fico realmente esgotado. Perco mais de 100 kg e fico magérrimo, no osso e na pele. Mesmo assim, ainda me aguento em pé! Emagreço porque bilhões de células no meu corpo perdem água e ficam sem gordura.
Normalmente, meu sangue contém 94% de água, exatamente como o seu. No entanto, quando não encontro água para beber, o calor do sol gradualmente me faz perder um pouco da água do meu sangue. Os cientistas descobriram que meu sangue pode perder até 40% da água e, mesmo assim, continuo saudável. Somente para você ter uma idéia, se um ser humano perder 5% da água no sangue, a visão fica comprometida; se a perda for de 10%, a pessoa enlouquece; com 12%, o sangue fica tão espesso que o coração não consegue bombeá-lo mais e pára. Você morre.
No entanto, isso não acontece comigo. Por quê? Os cientistas dizem que meu sangue é diferente. Meus glóbulos vermelhos são alongados, e não arredondados, como no ser humano. Talvez seja isso que faça a diferença.
Isso prova que fui projetado especificamente para o deserto, ou o deserto foi criado para mim. Alguma vez você já ouviu falar que pode existir um projeto sem que exista o projetista?
Quando encontro água, bebo sem parar por quase dez minutos e meu corpo magro começa a mudar quase imediatamente. Perco a magreza e recupero os 100 kg que perdi.
Embora eu perca muita água no deserto, meu corpo a conserva da melhor maneira possível. Quando meu inteligente Engenheiro me projetou, ele me deu um nariz que poupa água. Quando expiro, meu nariz retém toda a umidade do ar que sai dos meus pulmões e absorve essa água nas membranas nasais.
Os vasos sanguíneos nessas membranas absorvem a umidade e devolve essa água para o sangue. É uma espécie de sistema de reprocessamento, como se diz na engenharia. Muito interessante, não acha? Ele só funciona porque meu nariz tem uma temperatura inferior a do corpo. Meu nariz transforma a umidade do ar que sai dos meus pulmões em água novamente. Mas, como meu nariz é mais frio? Respiro o ar quente e seco do deserto e ele passa pelos meus orifícios nasais umedecidos. Isso produz um efeito de resfriamento e a temperatura no interior do meu nariz fica vários graus abaixo da temperatura do resto do corpo.
Gosto de percorrer as belas dunas de areia. Na verdade, acho o trabalho fácil, pois meu Criador me deu pés especialmente projetados para caminhar no deserto. Minhas patas são bem largas e ficam ainda mais largas quando eu piso.
Cada um dos meus pés tem dois longos dedos revestidos de um couro bem grosso. Minhas solas são almofadadas. Elas não permitem que eu afunde na areia macia. Isso é bom, pois freqüentemente meu dono quer que eu o carregue por mais de 150 km, atravessando o deserto em apenas um dia. (Caminho em um ritmo de aproximadamente 15 km/h).
Algumas vezes, uma grande tempestade de areia acontece no deserto e ergue muita poeira no ar. Meu Projetista colocou músculos especiais nas entradas das minhas narinas, que fecham as aberturas nasais, mantendo a areia fora do meu nariz, mas ainda permitindo a passagem do ar para os pulmões.
Minhas pálpebras descem sobre meus olhos como telas, protegendo-me da areia e do sol, mas ainda permitindo que eu veja claramente. Se um grão de areia conseguir passar e entrar no meu olho, o Criador previu isso também, e me deu um colírio interno que automaticamente remove a areia dos meus olhos.
Algumas pessoas acham que sou orgulhoso só porque sempre ando com minha cabeça bem erguida e meu nariz empinado, mas isso é por causa da forma como fui criado. Minhas pestanas são tão espessas e grandes que preciso manter minha cabeça bem erguida para conseguir ver de cima para baixo. Estou contente com elas, pois protegem meus olhos da luz excessiva do sol.
Os povos do deserto dependem de mim para muitas coisas. Não apenas sou a melhor forma de transporte para eles, mas também sirvo como fonte de alimento. A dona Camelo produz leite muito rico em gordura que as pessoas usam para produzir manteiga e queijo. Eu troco minha pelugem uma vez por ano e ela pode ser usada para produzir tecido e roupas. Alguns camelos jovens também são usados para a produção de carne, mas não gosto de falar sobre esse assunto.
Por muito tempo, os camelos foram chamados de "navios do deserto" por causa do modo como balançamos de um lado para outro quando caminhamos. Algumas pessoas que montam sentem enjôos quando não estão acostumadas.
Balanço de um lado para outro ao caminhar por causa da forma como minhas pernas funcionam. Ambas as pernas de um lado se movem para frente ao mesmo tempo, elevando aquele lado. Meu movimento "esquerdo, direito, esquerdo, direito" dá à pessoa que está montada a impressão que está em uma cadeira de balanço mas que se move nas laterais.
Quando eu tinha seis meses de idade, uma joelheira especial começou a crescer nas minhas pernas dianteiras. O Criador sabia que eu precisaria delas. Elas me ajudam a levantar meu corpo de 450 kg do chão. Se eu não as tivesse, rapidamente meus joelhos ficariam feridos ou inflamados e eu teria dificuldade para me abaixar. Talvez até morresse de cansaço.
É difícil para mim compreender por que algumas pessoas dizem que evolui de alguma outra forma para o que sou hoje. Sou um dromedário — uma criatura de constituição muita complexa e técnica. Criaturas como eu não aparecem do nada. Elas são planejadas em uma prancheta por Alguém muito brilhante, de uma mente muito lógica.
João 1:1 diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." O Verbo aqui significa "o Ser lógico e inteligente".
O verso 3 diz: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez."
Quem era o Verbo? Veja o verso 14: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória do unigênito do Pai."
Quem se fez carne? O Senhor Jesus Cristo, o Verbo que criou todas as coisas, inclusive o camelo dromedário.
Autor: Bob Devine
Data da publicação: 21/10/2000

1 de março de 2011

O Último Avivamento

O que aguarda a igreja de Jesus Cristo? Essa é uma pergunta de muito interesse aos crentes de todo o mundo. Com acontecimentos cataclísmicos ocorrendo por todo o globo, muitos se perguntam: “Será que o Espírito Santo irá avivar a igreja antes de Jesus voltar? Será que o corpo de Cristo vai deixar esse mundo com lamúrias ou gritando?”.

O Novo Testamento está cheio de previsões quanto à uma apostasia nos últimos dias. Falsos profetas se levantarão e irão levar muitos a se desviar; lobos virão em pele de cordeiro, trazendo poderosos esquemas “para enganar, se possível, os próprios eleitos” de Deus. Irá abundar a iniquidade, fazendo com que crentes antes fervorosos percam o seu primeiro amor. Com a inundação de impiedade que virá, o amor de muitos esfriará.

Jesus profetizou especificamente estas coisas. E suas advertências têm o objetivo de desafiar a nossa fé. Com sufocante iniquidade inundando a terra, Ele pergunta: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18:8).

Pense no seguinte: Cristo sabia tudo que estaríamos testemunhando atualmente, desde os horrorizantes tiroteios nas escolas, até o crescimento do homossexualismo militante, ou os atos terroristas tendo lugar por todo o mundo. E meio à estas coisas, Ele nos pergunta, “Você vai continuar crendo - mesmo com as coisas piorando? Você vai desfalecer em sua confiança quando as coisas não acontecerem como esperava? Ou vai continuar confiando em Mim?”.

Veja, a despeito da expansão da iniquidade e das grandes calamidades, Jesus sabia que haveria um grande avivamento nos últimos dias. O Espírito Santo inspirou as profecias de Isaías, e ele conhecia plenamente a predição de um avivamento na aproximação do fim.

Isaías diz que haveria um grande despertamento mundial pouco antes da volta de Cristo
Essa profecia é encontrada em Isaías 54 e está resumida nestes versículos: “Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (54:3).

Creio, junto com inúmeros estudiosos da Bíblia, que a profecia de Isaías tem dupla aplicação. Ela fala não só do Israel natural após o cativeiro na Babilônia, mas também sobre o Israel espiritual que viria no futuro: o corpo de Jesus Cristo, a igreja da Nova Jerusalém. Paulo cita Isaías 54 quando se refere à “Jerusalém lá de cima... a qual é nossa mãe” (Gálatas 4:26). Paulo viu a profecia de Isaías como dirigida aos “filhos da promessa”, os que estão em Cristo pela fé.

Se Isaías dirigisse sua profecia somente ao Israel natural, isso significaria que suas promessas ainda não teriam sido cumpridas. Resumindo, não teria ainda ocorrido o fato de que “a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (Isaías 54:3). Porém essa palavra foi claramente cumprida em Cristo, na cruz e no Pentecostes. Pense no seguinte: quando Isaías trouxe essa mensagem, cerca de 42.000 israelitas haviam saído do cativeiro babilônico. Na época de Jesus, o seu número havia crescido apenas para cerca de 3 milhões.

Isaias refere-se à sua profecia como promessa de Deus, um juramento dos céus. Vemos o Senhor jurando pelas montanhas e até se referindo à aliança feita com Noé. Ele diz, basicamente, “Tão certo quanto não permitirei outro dilúvio sobre a terra, vos digo que haverá um despertamento da Minha igreja nos últimos dias”.

Nestes últimos dias, os olhos do Senhor não estão fixados nos poderes do mundo mas na igreja de Jesus Cristo
Deus não está se concentrando na economia, no surgimento de religiões mundanas, na expansão da iniquidade. Segundo Isaías, as nações para Deus são “como um pingo que cai de um balde” (Isaías 40:15).

Ele conhece tudo a respeito das ameças terroristas, das guerras e rumores de guerras. A Sua palavra avisa que o ímpio se enfurecerá, os poderes seculares tentarão proibir o cristianismo, e os movimentos anti-Cristo em rápido crescimento vão se gabar de que governarão o mundo, e destruirão os seguidores de Jesus. A Bíblia diz o seguinte quanto a isso: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Salmo 2: 2-3); em resumo, “Vamos acabar com todos estes impedimentos morais, com esses padrões do passado”.

Eis a reação de Deus a estes poderes terrenos, a estes homens influenciados por demônios: “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles” (2:4). Não importa o quão desesperadoras as coisas aparentem estar, tudo se mantém sob o pleno controle de Deus.

Fico grato por essa palavra dos Salmos. Mais e mais ouvimos relatos do secularismo devastando as igrejas evangélicas na Europa, do Islamismo sendo a religião de mais rápido crescimento no mundo, dos homossexuais submetendo denominações inteiras, de a igreja de Cristo estar crescendo tão pouco que deixou de ter qualquer impacto na sociedade. Porém a palavra de Deus declara, “Sobre a Rocha Deus construirá a Sua igreja”.

“E as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Nada nas entranhas do inferno pode esperar destruir a igreja de Cristo. Os olhos dEle estão sempre sobre o Seu povo, e por meio de tudo Ele avisa Satanás e suas hordas, “Não toque na menina dos Meus olhos”. “Se alguém a atacar, não será por obra minha; todo aquele que a atacar se renderá a você” (Isaías 54:15). Você vê o que o Senhor está dizendo aqui? “O Diabo irá sobre você. Inimigos vindos do inferno se juntarão contra ti. Mas Satanás não irá ter sucesso”.

Deixe que o Diabo faça o que quiser. Que o inferno abra suas entranhas e vomite toda imundície. Isso não terá qualquer tipo de impacto sobre o plano que nos últimos dias Deus tem para o Seu povo. Glória a Deus, a Sua igreja não pode ser destruída!

1. Para onde olharmos nos últimos dias, veremos a glória de Deus irrompendo num último avivamento
A igreja de Cristo se alargará além de quaisquer limitações anteriores para espalhar as boas novas: “Alarga o espaço de tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (Isaías 54:2-3). Simplificando, a igreja irá ganhar força e levantar multidões em Cristo.

Olhando mais de perto a profecia de Isaías, vemos que ela é dirigida não só para o corpo da igreja mas também para membros individuais. Conheço piedosos servos, amigos meus, que se apropriaram desta profecia como palavra pessoal vinda do Espírito Santo. E edificaram sua fé a partir de suas promessas: “Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez” (Isaías 54:4). Isaías deixa claro nesse versículo: “A igreja de Deus não marchará envergonhada”.

Porém poucos versos antes, lemos esse aviso à igreja dos últimos dias: “Ó tu, aflita, arrojada com a tormenta e desconsolada! Eis que eu assentarei as tuas pedras com argamassa colorida e te fundarei sobre safiras” (54:11). Lemos que seremos afligidos, agitados em tempestades; mas também nos são prometidos alicerces construídos por safiras. O que isso quer dizer, exatamente?

Como crentes, podemos estar sob aliança com Deus, carregando em nossos corações Suas preciosas promessas de ausência de medo, de envergonhamento, de perplexidade, de reprimenda. No entanto, ainda é possível para nós sermos agitados por tormentas pessoais, experimentar a solidão, não ter quem nos conforte. Resumindo, é nos permitido sermos esbofeteados por Satanás.

No verso 16, Isaías dá um retrato de nosso adversário em ação. Deus diz, “Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo e que produz a arma para o seu devido fim; também criei o assolador, para destruir” (54:16). Eis uma imagem de um ferreiro insuflando o fole no fogo para provocar calor branco. Ele então usa esse calor para moldar armas de guerra na bigorna. Esse ferreiro representa Satanás, que constantemente inventa novas armas contra a igreja e membros individualmente.

Que incrível retrato. É como se Deus estivesse dizendo, “Eis o Diabo inflando o fogo, fazendo armas que usa para destruir o Meu povo. Eu fiz o ferreiro, criando-o como um anjo. Ele tinha poder e autoridade, mas foi lançado fora devido à rebelião. Eu o criei, e então o posso acorrentar. Ele pode ir só até onde permito”.

Note a surpreendente promessa de Deus exatamente no verso seguinte: “Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor” (54:17). Em outras palavras, “Deixe que o inimigo construa suas armas; ele que arme legiões de demônios. Nem uma arma sequer que ele formar contra ti irá te derrubar”. Que promessa gloriosa!

Satanás está usando a arma de desesperança contra o povo de Deus, tempestades muito duras de serem suportadas sem a consolação do Espírito Santo. Mesmo assim Deus declara: “te fundarei sobre safiras” (54:11). A mensagem aqui é, “Quando tudo no mundo estiver sendo abalado, você não será sequer movido. O alicerce que estou estabelecendo por baixo de ti é tão sólido quanto essas rochas. O que estou promovendo em ti não pode ser abalado”.

Estas safiras representam conhecimento e sabedoria espiritual, percepção da natureza íntima do coração de Deus. Sabemos que os que suportam sofrimento emergem armados com percepção maior quanto à misericórdia de Deus. Você pode ser tentado, pressionado, afligido e deixado só, mas em meio a tudo isso Ele está formando sob você um alicerce com a solidez da rocha. Tudo é assim para que você possa confortar os outros em suas horas de provação.

2. Paulo ressoa Isaías quando diz que o Senhor cuida da igreja como o marido amoroso cuida da esposa
Muitos estão familiarizados com a passagem quando Paulo compara o casamento ao relacionamento de Deus com a igreja: “Eis por que deixará o homem a seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja” (Efésios 5: 31-32).

Agora note o que Isaías diz: “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra” (Isaías 54:5). Quem é o Criador aqui? É Cristo, criador dos céus e da terra. E Isaías diz que Ele é o nosso marido. Contudo, a esposa separou-se de seu marido: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (59:2).

Onde vemos essa separação hoje entre a igreja e Deus? Eu a vejo de maneira mais óbvia nas grandes denominações que fazem concessões. Mas também a vejo no evangelho frágil das igrejas pós-modernas. É evidente que houve uma separação da presença manifesta de Deus. Na verdade, aconteceu exatamente como Jesus e Paulo profetizaram: muitos se tornaram amantes dos prazeres mais do que de Deus... tendo forma de religião mas sem poder... desprezando o evangelho dos pais... rompendo os antigos padrões morais... mudando a infalível palavra de Deus para se adequar aos tempos.

Eu lhe desafio a ir à qualquer cidade, de igreja à igreja de qualquer confissão evangélica. Tente achar uma onde você reconheça a tremenda e manifesta presença de Jesus, onde você encontre o Seu convencimento que derrete corações. Quando o Senhor está verdadeiramente presente, você reconhece isso, seja nos cânticos, na pregação ou na comunhão. Algo mexe com a sua alma, e provoca respeito e reverência. Na minha experiência, isso é raramente encontrado.

Não estou condenando a igreja moderna; que Deus me livre disso. Mas que o Senhor nos ajude caso não tenhamos Sua manifesta presença nestes últimos dias. E devido às concessões de tais igrejas, Ele tem tido de ocultar Sua presença delas por um tempo. Porém Deus não se divorciou da igreja com a qual se comprometeu. Isaías diz que Ele a chama para que volte: “Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio... pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido?” (Isaías 50:1). Deus basicamente está dizendo, “Você Me deixou. Você amou o mundo e as coisas do mundo, e Me deixou por elas. Eu não te abandonei; você Me abandonou. Mostre os papéis do divórcio! Me mostre onde Eu te vendi para outro”.

“Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados” (52:3). Ele continua, como dizendo: “Lhe digo que esse casamento não acabou, apesar de você ter se prostituído. Você se cansou de Mim, mas apesar de tudo isso Eu te amo. Quero-te de volta”.

“Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e de espírito abatido; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus. Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor” (54:6-8).

Eis um juramento prometido por Deus para trazer de volta a Ele uma esposa meretriz. Em resumo, o último avivamento será um avivamento unicamente de misericórdia. O Senhor está dizendo à Sua igreja, “Quando você voltar para Mim, não vou te condenar ou repreender. Antes, vou te ungir com o Meu Espírito. Vou lhe dar poder onde não tinhas poder antes”.

Alguns ainda dizem, “Isaías 54 se aplica só ao Israel natural”
Ofereço prova indiscutível de que a promessa de Isaías 54 é dirigida à igreja de Deus hoje. Isaías claramente fala de Cristo em 53:10: "verá a sua posteridade" (itálicos meus). Simplificando, o trabalho árduo e o sacríficio de Cristo trarão muitos filhos: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si" (53:11). Tudo isso é para ser cumprido após a cruz.

Os pregos que perfuraram as mãos e os pés de Jesus foram preparados na bigorna do Diabo; a espada que penetrou o Seu lado foi forjada nessa oficina do inferno. Mas o sangue que foi derramado de Seu corpo jamais perdeu o poder. Isaías está dizendo: “Deus jurou que o sangue de Seu Filho será aspergido sobre os transgressores de toda nação sobre a terra. Ele tem poder em todos os países árabes, em Israel, na África, na Europa. Ele verá a Sua descendência se espalhando por muitas multidões, de todas as tribos e línguas”. Um grande despertamento continuará nos tempos do fim.

Pode ser desencorajador se ver falsas religiões crescendo em grande número enquanto a igreja de Cristo parece tão pequena em números; mas Isaías está dizendo, “É hora de cantar, ó esposa estéril. Alargue as habitações de adoração, alongue e expanda a tua visão. Tu verás avanços para a esquerda e para a direita”. '“Cante, ó estéril, você que nunca teve um filho; irrompa em canto, grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido', diz o Senhor” (54:1).

3. Como sucederá esse último avivamento?
Como acontecerá esse último avivamento? Requer-se algo poderoso, algo capaz de abalar o mundo para precipitá-lo. Isaías diz que esse abalo acontecerá num dia. No capítulo 47, ele diz que tem de se tratar com o espírito de Babilônia. Por todas as escrituras, Babilônia sempre representou um espírito de prosperidade, bem estar e prazer. E o espírito de Babilônia é o mesmo em todas as épocas.

by David Wilkerson | January 28, 2008
Em resumo, Isaías diz que não pode haver um avivamento final disseminado enquanto o espírito de ganância e de falsa segurança não for derrubado. Podemos orar por reavivamento, podemos clamar para Deus derramar o Seu Espírito, mas isso será impossível a menos que o Senhor antes abale todas as coisas: “Ouve isto, pois, tu que és dada a prazeres, que habitas segura, que dizes contigo mesma: Eu só, e além de mim não há outra... Pelo que sobre ti virá o mal que por encantamentos não saberás conjurar; tal calamidade cairá sobre ti, da qual por expiação não te poderás livrar; porque sobre ti, de repente, virá tamanha desolação, como não imaginavas” (Isaías 47:8,11, itálicos meus).

Deus não vai subestimar o pecado, mas derrubará as fortalezas do Diabo. Ele vai fazer soar um chamado de despertamento à igreja “de repente com desolação”. Na verdade esse será um grande ato de amor da parte do Senhor. Ele ama a igreja de tal maneira que se recusa a permitir que o bem estar, o prazer e a apostasia ceguem e arruinem o objeto de Seu amor.

“Ainda que se tenha compaixão do ímpio, ele não aprenderá a justiça; na terra da retidão ele age perversamente, e não vê a majestade do Senhor” (26:10). Eis a prova de que o avivamento é impossível quando há bem estar e prosperidade. Isaías diz em termos simples, “Em épocas de bênçãos as pessoas não mudam o rumo”. Nada vai acontecer enquanto o bolso não for afetado. Somente “quando se vêem na terra as tuas ordenanças, os habitantes do mundo aprendem a justiça” (26:9).

Isaías oferece prova final de que um último avivamento virá depois de um abalo: “'Conforme o que fizeram lhes retribuirá: aos seus inimigos, ira; aos seus adversários, o que merecem; às ilhas, a devida retribuição. Desde o poente os homens temerão o nome do Senhor, e desde o nascente, a sua glória. Pois ele virá como uma inundação impelida pelo sopro do Senhor. 'O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se arrependerem dos seus pecados', declara o Senhor. 'Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles', diz o Senhor. 'O meu Espírito que está em você e as minhas palavras que pus em sua boca não se afastarão dela, nem da boca dos seus filhos e dos descendentes deles, desde agora e para sempre', diz o Senhor” (Isaías 59:18-21).

O espírito de Babilõnia está prestes a ser quebrado através da desolação. Porém, não interprete mal a profecia de Isaías como sendo uma mensagem sombria e de maldição. Pelo contrário, Jesus diz: “Ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28).

Agora mesmo, estamos vendo o começo do último avivamento, com Atos 2:17 sendo cumprido
“E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos” (Atos 2:17). Em todos os meus anos de ministério, nunca fui capaz de antever essa profecia acontecendo em nossos dias. Agora eu creio que ela esteja sendo cumprida.

Em nações por todos os lados, Cristo está se revelando à multidões em sonhos e visões. Na China, Índia, nações árabes, as pessoas estão relatando suas experiências com Jesus em sonhos. Mesmo aqui em nossa Igreja de Times Square está acontecendo.

Um dos seguranças de nossa igreja já foi o terceiro na escala dos alto sacerdotes do culto Santeria de adoração aos demônio em Nova York. O seu território era o Bronx, e seu apartamento estava cheio de ossos humanos. Ele havia vendido corpo e alma para Satanás. Mas o seu coração foi movido pelo Espírito Santo. Se tornou inquieto, e uma noite ele desafiou Jesus: “Se és mais forte do que o Diabo a quem sirvo, me mostre isso em sonho hoje”.

Essa noite em sonho, o homem viu-se num trem se dirigindo para o inferno. Após passar por um túnel, do outro lado estava Satanás em pé. O Diabo disse a esse homem, “Você foi fiel a mim. Agora estou te levando ao seu lugar de repouso eterno”. Então de repente, apareceu uma cruz. Nesse momento, ele acordou.

Ele saiu da experiência fervendo de entusiasmo por Jesus, livrou seu apartamento de qualquer traço do mal, e entregou sua vida ao Senhor. Hoje, ele é um doce e consagrado homem de Deus e está ativo em nossa igreja. Parei para falar com ele um dia desses e lhe disse, “Vejo Jesus em ti”. Ele respondeu, “Irmão Dave, você não tem idéia do significado dessas palavras para mim após vinte e cinco anos servindo o Diabo”. A sua vida nova milagrosa veio toda a partir daquele sonho dado por Deus.

Prezado santo, está chegando o dia em que o mundo todo verá Jesus. O apóstolo João anteviu “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas na mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Apocalipse 7:9-10).

Isso não é um pequeno remanescente, mas uma multidão incontável, exatamente como Isaías profetizou. E todos estão adorando o Senhor. Louvado seja Deus por esse dia prometido!